JUNTOS NA MISSÃO –
TIMOR LESTE
DIÁRIO DE BORDO - 2
Direto de Cingapura
(21.09.2011)
05:30 da manhã (hora local); no Brasil, 04:30 da tarde – Há pouco desembarcamos no Chingi aeroporto. O Vôo foi tranquilo. Avião enorme, deu para achar várias poltronas vagas. Cada um se apossou de três, que se transformaram em uma cama relativamente boa. O sono não foi tão bom, mas à bordo a comida foi impressionante... senti saudade das duas bolachinhas secas e do pacotinho de amendoim de uma das empresas aéreas brasileiras. Eu e meus companheiros de viagem não queríamos desapontar as bondosas aeromoças... Aproveitamos tudo, afinal, estamos na “dieta da sopa”. Deu sopa, estamos comendo... e ainda conseguimos colocar uns chocolates na bolsa... Dizem que no Timor se come cachorro... é melhor prevenir!
O aeroporto é um dos mais modernos e limpo do mundo. Realmente é impressionante!
Depois de apreciar tudo com cara de matuto, seguimos para a esteira das bagagens. Graças a Deus tudo estava lá. Só um pequeno problema na alfândega, mas logo fomos liberados com todas as bíblias e livros...
Se observarem bem, estou passando do dia 19 de agosto para o dia 21. Ainda é 20 no Brasil, mas em Cingapura já é 21... Como funciona isso? Lembra das nossa aulas de físicas? E das experiências e teorias de Albert Einstein? Pois é... Acha-se o tempo pela relação entre espaço e velocidade. Assim, o tempo depende de referencial material, que também define a velocidade... Sem matéria não há velocidade e não há tempo.
Fica, pois, claro que houve um “tempo” em que não havia tempo, certo? Assim, o nosso tempo é parte da criação de Deus. Desse modo, não é difícil comprender que o nosso Deus é eterno,“atemporal”, requesito necessário para ser onisciente, que necessariamente leva à onipotência e onipresença. Deus não precisa da passagem do tempo para conhecer o futuro, pois ele não é referenciado pela matéria. E para ser onisciente, Ele precisa ter um plano determinado previamente, garantido pela Sua onipotência. Onde fica, então, o livre-arbítrio
humano? Simplesmente não fica. Essa não é uma boa notícia par ao humanista, mas é uma alegria para o teísta...
Esses pensamento nos levam ao profeta Isaías, onde a atemporalidade de Deus o destaca como único Deus verdadeiro...
“Não vos assombreis, nem temais; porventura não vo-lo declarei há muito tempo, e não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas testemunhas! Acaso há outro Deus além de mim? Não, não há Rocha; não conheço nenhuma. (Is. 44:8)
Esse é o nosso Deus. O Senhor do Brasil, da África do Sul, de Cingapura... Não há outro que possa ser comparado com Ele...
“Porque desde a antigüidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que opera a favor daquele que por ele espera”.
(Isa 64:4)
Mas como ouvirão se não há quem pregue? É por isso que estamos aqui, nos confins da terra. Queremos prepara o terreno para aqueles que estão prontos para vir, mas precisam ser enviados. Para o Timor, especificamente, temos dois casais inclinados a vir: Ronaldo e Thalita e Nataniel e Jordana... orem por eles!
Que dia é esse? 21 de agosto!
Interessante, hoje é o meu aniversário... 45 anos... (é o novo....!!!). Pois é, nascia em 1966, o menino mais bonito do sertão nordestino... “Bem gordinho”... não tinha carne para fazer um pastel...!
No Brasil ainda ia demorar horas para completar mais um ano, mas no sudeste da Ásia, a gente velho mais cedo...
Dou graças a Deus por mais um anos. Obrigado aos amados irmãos do Planalto que anteciparam a celebração para a última quarta! Os que não foram, podem mandar o presente, ainda dá tempo....
Espero continuar com saúde e disposição para remir o tempo, e ir além, sem perder a vida corredo atrás do vento... Jesus disse: “a noite vem quando ninguém pode trabalhar...”. que o Senhor me ajude a ser diligente antes que chegue a noite da minha existência... O nosso tempo é mais breve do que pensamos. Todos os anos passados, quase meio século, foram como o dia de ontem... está certo o salmista... “tudo passa rapidamente e nós voamos...”. E nessa peleja não tem trégua...
“Pelo que você está correndo e para onde está voando?”. Há tanto para fazer para a eternidade, e nós nos perdemos, consumindo nossos breves anos nas inquitações desse mundo fugaz... Pense nisso!!!
- “Antes que cheguem os maus dias e venham os anos nos quais diremos: não tenho neles contentamento...”.
- “Louco, hoje pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?”.
6:30 H – Invasão Oriental!
Estamos agora na recepção do hotel. Má notícia: teremos de esperar até ao meio-dia para entrar no quarto. Estamos com sono e cada um mais cheiroso do que o outro!
Há pouco ouvimos um alarido estranho... a porta se abriu e uma multidão adentrou. Não sei se são japoneses, chineses, filipinos, tailandeses. malaios ou coreanos. Pode ser qualquer um um desses povos. Tudo tem olhos puxados...
Eles falam alto e todos ao mesmo tempo... “um bando de periquito na areia quente”.
Como os olhos estão sempre esticados, nunca se sabe se estão sorrindo ou brigando.
Procurei entender o que estavam dizendo. Não sei se estou certo, mas ouvi o seguinte...
- Um senhor disse - “a cabra-me-deu-marrada”.
- Outro gritou... “chiquita-traga-a-marmita”.
Uma senhora se aproximou de mim e disse... “taca-a-cara-no-muro”. Fiquei sem ação... “arigatô”?. Acho que não dá certo. Permaneci calado pensando... “não senhora, isso dói”.
Será que entendi alguma coisa mesmo???
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Enquanto escrevo, Pr. James chega...
- “Já tomei café aqui perto... panqueca, molho apimentado que ainda está ardendo os beiços (coisa de nordestino), e uma porção de carneiro”. Essa é a verdadeira dieta da sopa!!!
Estamos no centro da cidade. Dá para constatar com tristeza que a prostituição é algo comum nessa região. De fato, na África e Ásia, a AIDS é pandêmica. Em certos países, somente 30% dos adolescentes chegarão aos 30 anos, os demais morrerão infectados.
Devido à questão de adaptação ao fuso horário, precisamos resistir ao sono, e tentar deitar somente no fim da tarde, para dormir até o outro dia. Por isso, ao invés de esperar na recepção do hotel, vamos passear um pouco. Desde o Brasil, nada de banho... Pelo menos o odor nos ajuda a encontrar um ao outro, no caso de alguém se perder na multudão!
09:30 H- Antes de sair, fizemso uma tentativa que funcionou. Por uma pequena taxa extra, fomos permitidos entrar logo nos apartamentos. Finalmente um banho.
Os apartamentos são muito pequenos, mas vai dar para repousar esses dois dias. A razão da parada aqui é para esperar o irmão Scott, que vem dos Estados Unidos. Chega terça-feira de manhã, e segue conosco para Timor.
Um Passeio pela Cidade
10:30 – refeitos pelo banho, saimos para conhecer um pouco essa cidade de 5 milhões de habitantes, umas das capitais da tecnologia no mundo. A cidade é bonita e muito moderna. Seu crescimento começou somente a 45 anos atrás. Mas uma coisa é rconhecida: não existe corrupção política tão gritante como em outros locais, inclusive no nosso Brasil.
A cidade recebe por ano 20 milhões de turistas, que injetam muito na economia. Além disso, tem um dos maiores portos do mundo, sendo lugar de passagem de mercadorias para muitos países de sudeste asiático. Além disso, Cingapura é um dos centros financeiros do mundo.
Religiosamente, é uma enorme mistura: cristãos, budistas, muçulmanos, hindus, bahai, animistas, nova era, etc. Sendo uma megalópolis, Cingapura recebe gente de todo mundo, e cada uma aproveita da liberdade religiosa prescrita na lei para divulgar o seu culto.
Por indicação e pela leituras de folders, ficamos sabendo da maior roda gigante do mundo, uma atração interessante que permite uma vista panorâmica de toda cidade. Vamos lá...
Depois de alguns minutos de metrô, lá estávamos. Sua imponência se vê de longe. São 168 metros de altura, mas os visitantes passeiam numa cabine fechada e climatizada. São umas vinte pessoas em cada cabine.
Realmente, vale à pena. Do alto, se descortina a bela cidade, com seus arranha-céus de arquitetura exuberante. Dá para ver todo o circuito onde ocorrer o grande prêmio de fórmula 1 de Cingapura.
Na saída, fomos “seduzidos” por um taxista que nos ofereceu uma boa tarifa para nos levar por alguns pontos da cidade. Ele é de Cingapura mesmo, mas filhos de chineses, qeu formam cerca de 70 % da população.
Sem sabermos, ele nos levou para locais onde os turistas fazem compras. Naturalmente, ele ganha para fazer isso. Falava um inglês sofrível, e não nos disse seu nome. No meio da viagem, por causa da sua maneira de falar e seu porte físico, ganhou o carinhosso apelido de Batatinha.
O primeiro era uma joalheria. Imagine só. Quatro viajantes lisos entre os brilhos dos diamantes. De cara já vi que era melhro nem perguntar preços. Os vendedores aqui não lhe deixam, depois de você mostrar qualquer pequeno interesse. Não teve jeito. Fomos cercados por várias vendedoras mostrando suas jóias e cada um se saiu como pode.
Pr. James tem cara e pose de gente endinheirada. Os vendedores correm logo para ele. E haja a vendedora a mostrar jóias. Pr. Ivan, vendo que a coisa ia longe, e sabendo que daquela toca não saía coelho, disse: “James, vamos logo, você não comprar mesmo”. – “Calma, Ivan, eu quero é descansar as pernas nessa cadeira. Estou com os pés doendo”. Ganhamos água, café, cadeira, e deixamos a enorme loja sem comprar um centavo...
No aeroporto ele resolveu parar em uam loja de diamantes apra perguntar o preço de um anel. Baratinho: 40 mil dólares... “O Senhor não interessa?”. - “Estou em conexão... Na volta a gente vê”. Eu sei o que a gente vai ver na volta...! Um caminho alternativo para não ter perigo da vendedora querer que entremos na loja...
Um pouco mais, e o sr. Batatinha ns apronta de novo. Para o carro e nos “força” a entrar num pequeno quarto onde um homem vende produtos variados a um preço razoável. Quando nos viu, o vendedor oriental foi logo se animando... “Brazil... ahã?... good country.. ahã?”
Diante de nós uma mesa de relógio e outra de bolsa. Pr. James, o “rico” cansado logo se assentou. A conversa foi longa, pois o homem queria vender algo, mas nós não queríamos comprar. Conversa vai, conversa vem, e já meio sem jeito depois de tanta insistência do vendedor, Pr. James saiu com um relógio. O homem garante que é um bom relógio, mas não sei se resiste a um espirro...
Aproveitando que o taxista não nos entendia, acertamos que era melhor ir direto para o hotel, pois ele poderia nos aprontar outra “emboscada”.
Pedimos para nos deixar em um lugar par almoçar. Ele já ficou animado, mas dissemos... “leve-nos a um lugar popular”.
Depois do almoço, mais uma caminhada, dessa vez num enorme shopping de eletrônicos. É impressionate esse mercado em Cingapura. Tem de tudo e de todo preço. Mas nem sempre produtos confiáveis, embora as marcas e produtos originais também se achem facilmente.
No meio da multidão, um homem faz a demonstação interessante de um ferro de passar a vapor. Com uma passada leve, em peças já penduradas na cruzeta, as roupas mais amassadas ficam passadas, como num toque de mágica. O ferro também serve de vaporizador.
Pr. James e Pr. Egberto se aproximaram e ficaram vendo o menor preço. Eu e o pr. Ivan nso afastamos um pouco, para evitar que o vendedor grudasse em nós também. Conversa vai e conversa vem, Egberto sai com um ferro... Se funcionar com o homem demonstrou, Márcia vai ficar realmente muito feliz! O risco é querer fazer nebulização nas roupas e tentar engomar as crianças...
Hora de voltar para o hotel. O cansaço já bate forte sobre todos nós. A idéia é dormir até amanhã... vamos ver se funciona!
Irmãos, continuem orando por nós, para que Deus nos proteja, especialmente dando-nos saúde para poder continuar a viagem. Nossa expectativa é retonar com desafios que possam despertar mais obreiros para a seara do Mestre.
Perdão pelos erros... estou dormindo sobre o teclado!!
Abraço a todos.
Pr. Jenuan Lira.
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